#UPDATE SBRH: Hidrologia, infraestrutura e eventos extremos: os desafios das rodovias brasileiras diante das transformações climáticas
- Comunicação ABRH
- há 5 horas
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Entrevista exclusiva com Jose Carlos Cesar Amorim

As discussões sobre resiliência da infraestrutura e impactos hidrológicos também ganham centralidade na programação do XXVI Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos (SBRH). Entre os debates mais estratégicos está a Mesa “Práticas hidrológicas e hidráulicas para o projeto, operação e manutenção de rodovias”.
A sessão será moderada por Jose Carlos Cesar Amorim, Professor Titular do Instituto Militar de Engenharia (IME), pesquisador com ampla experiência em hidrologia aplicada e engenharia de infraestrutura.
Água e rodovias: conexão entre saberes, territórios e transformação
Para Amorim, o tema da mesa dialoga diretamente com o mote do SBRH 2025 — “A Água como Agente de Transformação: Conectando Pessoas, Saberes e Territórios”. Isso porque projetar e operar rodovias pensando na água não é apenas uma tarefa técnica:
“Ao tratar da água no planejamento e operação de rodovias, não falamos apenas de engenharia, mas de transformação de realidades locais, conexão de territórios e valorização de múltiplos saberes.”
Essa visão evidencia que obras viárias são elementos estruturantes da ocupação do território e que sua resiliência depende da compreensão das dinâmicas hidrológicas — especialmente em um país sujeito a extremos climáticos crescentes.
Avanços técnicos e científicos que fortalecem a gestão hídrica
Amorim destaca que o Brasil tem avançado em ferramentas que ampliam a capacidade de gestão dos recursos hídricos e melhoram o planejamento de infraestrutura sensível à água:
Sensoriamento remoto, permitindo monitorar secas, cheias e aquíferos em grande escala;
Telemetria, que aumenta a disponibilidade de dados hidrológicos em tempo real, essenciais para outorga, fiscalização e tomada de decisão;
Avanços científicos que, integrados à governança fortalecida e à participação social, transformam a gestão da água em instrumento estratégico de desenvolvimento sustentável.
Essas tecnologias, quando aplicadas ao planejamento rodoviário, ampliam a segurança da infraestrutura e reduzem vulnerabilidades.
Transformando conhecimento em ação: segurança rodoviária diante de extremos climáticos
Ao comentar como transformar pesquisas e debates em resultados concretos para a sociedade, Amorim é direto:
“A proposta da mesa é avaliar oportunidades de melhoria disponíveis em termos de projeto, monitoramento, operação e outros aspectos relacionados aos extremos hidrológicos no que tange à segurança da infraestrutura rodoviária.”
Na prática, isso significa analisar como eventos extremos, cheias intensas, enxurradas, secas prolongadas, afetam obras viárias, drenagens, pontes e sistemas associados, e como técnicas hidrológicas e hidráulicas podem reduzir riscos e perdas.
Lacunas e oportunidades: políticas setoriais, governança e tecnologias
O pesquisador aponta três frentes prioritárias para o país:
1. Políticas públicas
Maior integração entre políticas de recursos hídricos, infraestrutura, logística, meio ambiente e mudanças climáticas.
2. Governança
Fortalecimento da gestão de bacias;
Instituições mais coordenadas;
Processos decisórios mais alinhados às necessidades territoriais.
3. Inovação tecnológica
Aceleração da adoção de tecnologias digitais e soluções baseadas na natureza, essenciais para enfrentar eventos climáticos cada vez mais complexos e frequentes.
Inclusão, diversidade e sustentabilidade: bases da ciência aplicada
Amorim destaca ainda que o esforço da ABRHidro em promover um evento mais diverso, inclusivo e sustentável se conecta diretamente à qualidade das soluções:
“Ao valorizar a pluralidade de vozes e práticas sustentáveis, o SBRH fortalece a ciência da água como campo aplicado e inovador.”
Segundo ele, essa diversidade é fundamental para gerar propostas robustas, legitimadas e adaptadas às realidades brasileiras.
Spoiler da mesa: padronização e aperfeiçoamento técnico
Sem revelar toda a discussão, Amorim antecipa que a mesa colocará em foco:
Técnicas de quantificação de picos hidrológicos,
Cálculo de escoamentos em áreas próximas a pontes,
Comportamento de sedimentos (remoção e acúmulo),
E outros aspectos críticos da engenharia viária sob impacto hidrológico.
O objetivo é propor caminhos para uniformizar e aperfeiçoar práticas hidrológicas e hidráulicas, fortalecendo a segurança e a resiliência das rodovias brasileiras.
Rumo ao SBRH 2025
O XXVI SBRH será realizado de 23 a 28 de novembro de 2025, no Pavilhão de Carapina, em Serra (ES), reunindo pesquisadores, gestores, profissionais do setor público e privado e estudantes de todo o país.
🔗 Mais informações: https://eventos.abrhidro.org.br/xxvisbrh/












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