#UPDATE SBRH: Ciência cidadã, participação social e monitoramento hidrológico: novos caminhos para transformar a gestão da água no Brasil
- Comunicação ABRH
- há 5 horas
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Entrevista exclusiva com Mariana Dias Villas Boas

À medida que o XXVI Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos (SBRH) se aproxima, os debates sobre participação social, geração de dados e integração entre saberes também ganham espaço central no leque de expectativa de aprendizado, trocas e construções colaborativas. Uma das mesas que iluminará esse tema é a dedicada à ciência cidadã aplicada ao monitoramento hidrológico, uma abordagem que cresce no Brasil e reforça o papel da sociedade na construção de conhecimento.
Quem adianta informações sobre o debate é Mariana Dias Villas Boas, pesquisadora em geociências do Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM). Sua experiência une monitoramento hidrológico, gestão pública e participação social — pilares essenciais para ampliar a resiliência hídrica no país.
Saberes técnicos e saberes tradicionais: a água como elo de transformação
Para Mariana, o tema da mesa dialoga profundamente com o mote do SBRH 2025 — “A Água como Agente de Transformação: Conectando Pessoas, Saberes e Territórios”. Ela explica:
“A discussão de mecanismos de ciência cidadã amplia a participação da sociedade no monitoramento hidrológico e conecta saberes técnicos e tradicionais entre especialistas e público leigo.”
Essa integração, segundo ela, não apenas democratiza o conhecimento, mas transforma a relação entre cidadãos, gestores e territórios ao ampliar a compreensão coletiva dos fenômenos hidrológicos.
Avanços técnicos que ampliam o alcance da gestão hídrica
Apesar dos múltiplos avanços possíveis, Mariana destaca um ponto central: a ciência cidadã como ferramenta técnica e científica de alto impacto.
Ela ressalta que iniciativas desse tipo:
Ampliam a participação social na produção de dados e conhecimento;
Reduzem custos operacionais, ao descentralizar observações e registros básicos;
Fortalecem órgãos técnicos, ao aumentar a capilaridade de informações;
Permitem uma visão mais ampla e contínua da realidade hidrológica — especialmente em áreas rurais, remotas ou vulneráveis.
Da pesquisa à prática: internalização institucional é o caminho
Questionada sobre como transformar resultados de pesquisas e debates em ações concretas, Mariana aponta que a chave está na forma como instituições absorvem esse conhecimento:
“Esses resultados precisam ser internalizados pelas instituições que atuam nos diversos segmentos da gestão de recursos hídricos, seja por meio de novas políticas públicas, seja por meio de pesquisa e inovação.”
Ou seja: é necessário que governos, agências, comitês de bacia, órgãos técnicos e instituições de ensino incorporem modelos mais participativos em suas práticas.
Lacunas prioritárias: educação sustentável e integração do conhecimento
Mariana identifica uma lacuna crítica para os próximos anos:
A ampliação e a integração do conhecimento por meio da educação sustentável como política pública.
Para ela, a educação é o vetor capaz de conectar ciência, sociedade e território. A formação continuada, tanto de técnicos quanto de cidadãos, é essencial para que novos modelos participativos realmente se consolidem.
Inclusão, diversidade e sustentabilidade como motores da ciência da água
As transformações recentes do SBRH em direção a práticas mais inclusivas, diversas e sustentáveis também fortalecem o campo da ciência da água, afirma a pesquisadora:
“Essas práticas ampliam o alcance das ações, atingindo públicos antes excluídos e fornecendo novas perspectivas para temas tradicionalmente debatidos.”
Essa pluralidade permite enxergar a água sob novos prismas, ambientais, sociais, culturais, comunitários e territoriais, ela comenta.
Spoiler: monitoramento hidrológico com participação social
Mariana adianta o eixo principal que estruturará sua mesa:
a ampliação da participação da sociedade no monitoramento hidrológico,
como forma de engajamento social,
proteção de territórios,
e fortalecimento da rede de observação.
O debate colocará em destaque experiências que mostram como cidadãos, comunidades e instituições podem trabalhar juntos para qualificar dados, expandir a capilaridade das informações e fortalecer políticas públicas.
Rumo ao SBRH 2025
O XXVI SBRH será realizado entre 23 e 28 de novembro de 2025, no Pavilhão de Carapina, em Serra (ES), reunindo especialistas, pesquisadores, gestores e estudantes de todo o país.
🔗 Mais informações: https://eventos.abrhidro.org.br/xxvisbrh/












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