#UPDATE SBRH: Diques, barragens e cheias: Desafios e caminhos para uma Gestão Integrada e Segura
- Comunicação ABRH
- há 16 horas
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Entrevista exclusiva com Alan Vaz Lopes

Faltam poucas semanas para o XXVI Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos (SBRH) e as discussões sobre segurança hídrica, infraestrutura e sustentabilidade ganham destaque entre os temas mais esperados do evento.
Organizado pela Associação Brasileira de Recursos Hídricos (ABRHidro), o SBRH acontece de 23 a 28 de novembro de 2025, no Pavilhão de Carapina, em Serra (ES), reunindo milhares de profissionais, pesquisadores, gestores e representantes da sociedade.
Com o tema “A Água como Agente de Transformação: Conectando Pessoas, Saberes e Territórios”, o evento reafirma seu papel como o maior e mais plural fórum técnico-científico da área, promovendo o diálogo entre ciência, política pública e a sociedade brasileira.
Mesa em destaque na reportagem do dia
Mesa Redonda nº 14 – “Diques, Barragens e Cheias: Política de Segurança, Danos Potenciais Associados e Sustentabilidade”
A mesa contará com moderação de Alan Vaz Lopes, especialista em recursos hídricos e Superintendente Adjunto de Operações e Eventos Críticos da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), que também atua como Coordenador Adjunto da Comissão de Segurança de Barragens da ABRHidro.
“Os diques são essenciais, mas precisam ser vistos com responsabilidade e visão integrada”
Em entrevista à ABRHidro, Alan Vaz Lopes destacou que a mesa tratará da importância das estruturas de proteção contra inundações e dos desafios que envolvem sua segurança e sustentabilidade.
“Os diques são fundamentais para proteger comunidades contra o transbordamento de rios, mas podem estimular a ocupação urbana em áreas protegidas e, se mal planejados ou mantidos, representar riscos significativos à sociedade”, explica.
Segundo ele, o Brasil ainda enfrenta desafios expressivos na governança, sustentabilidade econômica e regulação dessas estruturas, mas há também oportunidades promissoras de articulação entre a Política Nacional de Segurança de Barragens e as políticas de recursos hídricos, saneamento e defesa civil.
“A mesa buscará justamente conectar pessoas e saberes dessas áreas, construindo uma visão integrada para a gestão sustentável das estruturas e a proteção da população”, completa.
Avanços científicos e tecnológicos que estão mudando a gestão hídrica
Para Alan, os avanços recentes em ciência e tecnologia estão redesenhando a forma de pensar e gerir os recursos hídricos.
Ele destaca três frentes principais:
Sociohidrologia, que estuda a interação entre comportamento social e fenômenos hídricos, ajudando a compreender dilemas como o dos diques.
Aplicação de inteligência artificial e aprendizado de máquina, ampliando a capacidade de prever eventos climáticos e hidrológicos.
Novas tecnologias de monitoramento, com equipamentos em tempo real e satélites como o SWOT, que aprimoram o entendimento do comportamento hidrológico em diferentes escalas.
Da teoria à prática: o papel da ciência na transformação social
Questionado sobre como transformar pesquisas e debates em ações concretas, Alan defende o fortalecimento institucional e a articulação entre ciência e gestão pública.
“É essencial fortalecer as instâncias do SINGREH, com renovação de quadros técnicos e absorção de novos profissionais qualificados. Além disso, é preciso aproximar universidades e órgãos gestores, produzindo soluções aplicadas aos desafios reais”, pontua.
Ele também ressalta a importância de posicionamentos institucionais da ABRHidro e de suas comissões técnicas na formulação e aprimoramento de políticas públicas.
Lacunas e oportunidades para os próximos anos
Entre as lacunas prioritárias, Alan destaca a gestão de riscos de eventos extremos de secas e inundações, cujos impactos na última década mostraram fragilidades nas políticas públicas e na governança intersetorial.
Outra prioridade é articular as políticas de saneamento básico e recursos hídricos, ainda implementadas de forma desconectada.
“Há um grande potencial de integração entre planos de recursos hídricos, enquadramento de corpos d’água, outorga e estratégias de universalização do saneamento. Essa conexão é essencial para acelerar resultados e garantir resiliência climática das infraestruturas”, afirma.
Inclusão, diversidade e sustentabilidade no SBRH
Para Alan, o compromisso do SBRH com a inclusão, diversidade e sustentabilidade é parte essencial da construção de soluções mais eficazes e inovadoras.
“A inclusão traz perspectivas menos tradicionais, a diversidade amplia pontos de vista regionais e sociais, e a sustentabilidade fortalece o evento como referência no tema”, conclui.
Spoiler da mesa: boas práticas e lições internacionais
A mesa apresentará experiências internacionais de regulação e governança de diques, incluindo aprendizados do Furacão Katrina (2005), das cheias de 2024 no Rio Grande do Sul, e debates do Água em Pauta de outubro, com participação do USACE (EUA) e da Comissão de Diques do ICOLD.
Rumo ao SBRH 2025
Com dezenas de mesas que abordam os desafios contemporâneos da gestão hídrica, o SBRH 2025 promete ser um marco no debate sobre infraestrutura, resiliência climática e políticas públicas. A mesa coordenada por Alan Vaz Lopes será um dos pontos altos da programação, conectando experiências nacionais e internacionais para pensar o futuro da segurança de barragens e estruturas de proteção contra cheias no Brasil.
As inscrições seguem abertas — garanta sua participação e acompanhe regularmente nos nossos canais o #UPDATE SBRH, com novas entrevistas e bastidores do maior evento da comunidade da água no país.
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