XXVI SBRH reúne país e consolida semana histórica para a gestão hídrica

Entre 23 e 28.11, Vitória/ES se transformou no centro nacional da gestão das águas ao sediar o XXVI Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos (SBRH), o maior e mais importante fórum técnico-científico do setor na América Latina. Com delegações de todas as regiões do país, o encontro celebrou uma comunidade que pulsa ciência, inovação, governança, técnica e colaboração.

Com o mote “A Água como Agente de Transformação: Conectando Pessoas, Saberes e Territórios”, o evento consolidou uma programação plural que refletiu os desafios e urgências da agenda hídrica brasileira: mudanças climáticas, resiliência urbana, segurança hídrica, monitoramento em tempo real, gestão baseada em evidências, inclusão de diferentes saberes, integração entre ciência e políticas públicas e fortalecimento dos sistemas de governança.

Emoção, memória e futuro

A cerimôniamunicipais e federais, universidades, institutos de pesquisa, agências reguladoras, empresas públicas de saneamento, organizações da sociedade civil e organismos internacionais. Os discursos convergiram para uma narrativa comum: é impossível enfrentar os desafios que se intensificam sem ciência sólida, governança robusta, participação social e planejamento estratégico.

O Governador do E de abertura, realizada no dia 23/11, reuniu autoridades de instituições estaduais, spírito Santo, Renato Casagrande, destacou os avanços estruturantes em andamento no estado e a importância da ABRHidro no fortalecimento das ações de segurança hídrica. Já o Presidente da ABRHidro, Alexandre Kepler Soares, lembrou que a última vez que o Espírito Santo sediou o SBRH foi em 1997 e celebrou o retorno ao estado em um momento que exige união entre conhecimento técnico, inovação e sensibilidade territorial.

Uma programação diversa, profunda e colaborativa

O SBRH contou com quase 2 mil inscrições, foram mais de 1 mil submissões, mais de 2mil autores envolvidos, mais de 500 revisores, cerca de 180 palestrantes e diversos patrocinadores e apoiadores de renome.

Além de sessões técnicas e temáticas, o evento foi marcado por mesas-redondas com temas emergentes e estratégicos; mostra de pôsteres com forte presença de jovens pesquisadores; minicursos, reuniões abertas e encontros institucionais. O Simpósio ainda foi marcado pelo lançamento dos eventos temáticos de 2026 e de publicações, bem como  atividades das Comissões Técnicas, networking entre academia, governo, sociedade civil e setor produtivo.

A diversidade territorial — da Amazônia ao Semiárido, do Pantanal ao Sul — reafirmou o caráter nacional e inclusivo do SBRH. Entre os temas, figuraram pontos como Governança das Águas, no viés da urgência de fortalecimento dos Comitês de Bacia, da articulação federativa e da virada necessária para a Lei das Águas sair do papel. Também foram temas de diálogo o monitoramento e alerta de desastres, avanços em modelagem hidrológica, IA, sensoriamento remoto e resiliência urbana, entre muitos outros aspectos nevrálgicos, urgentes e emergentes.

Ciência, políticas públicas e inclusão de saberes foram reforçadas por diversos especialistas ao longo do evento, e o conjunto dos debates reforçou que a gestão hídrica brasileira demanda respostas rápidas, integradas e sustentadas por ciência de excelência.

O SBRH em movimento: uma comunidade viva

O encontro também reafirmou a força das Regionais e Comissões Técnicas da ABRHidro, que movimentaram reuniões, visitas, lançamentos e debates estratégicos — consolidando a atuação institucional na capilaridade do território brasileiro.

As ações da Comissão Científica, coordenadores de área e avaliadores voluntários mereceram destaque pela qualidade técnica e rigor na condução de todo o processo de submissão e curadoria dos conteúdos que compuseram a programação.

Obras

O SBRH 2025 também foi marcado por uma expressiva agenda editorial, com o lançamento de obras produzidas por pesquisadores, instituições e especialistas da área de recursos hídricos.

Entre os títulos que foram apresentados no estande da ABRHidro estiveram:

“Manual: Técnicas e Procedimentos para Medição de Descarga Líquida com Perfilador Acústico Doppler (ADCP)”, organizado por Wesley Gabrieli e Cristiane Battiston; “Modelos Digitais de Elevação para Estudos Ambientais”, de Adriano Rolim da Paz; “Cadernos Técnicos de Águas Urbanas – Panorama e Organização do Setor de Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais”, organizado por Marina Batalini de Macedo e Anaí Floriano Vasconcelos; e “Governança e Gestão da Água – Decifrando Conceitos”, de Jaildo Santos Pereira.

Também foi lançado o volume “Impacto da Mudança Climática nos Recursos Hídricos do Brasil – Volume 2: Extremos Hidrológicos”, organizado por Rodrigo Cauduro Dias de Paiva, Walter Collischonn, Saulo Aires de Souza e Alexandre Abdalla Araujo, com a participação de diversos autores vinculados ao IPH/UFRGS e à ANA.

A programação incluiu, ainda, o anúncio do início do estudo “Atlas Esgotos 2”, organizado por Ana Paula Fioreze e Ana Paula Generino, além da apresentação do “Novo Atlas de Riscos de Inundações do Rio Grande do Sul”, elaborado pela ANA em parceria com órgãos estaduais e com o Serviço Geológico do Brasil (SGB).

Confluência numa nova dimensão: eleita a nova diretoria

No último dia no Pavilhão da Carapina, que sediou o Simpósio, Cristovão Vicente Scapulatempo Fernandes, padrinho da nova chapa, em Assembléia Geral, após uma série de pautas da programação, desde a apresentação de relatório, prestação de contas e afins, trouxe uma mensagem emocionada e foi além da técnica.

Ele apresentou a nova chapa e destacou entre a missão um objetivo: Pensar na água, no Estado e no País. E, sobretudo, olhar a água (e a vida) sob outra perspectiva. Na sequência, foi eleita a Nova Diretoria, conduzida por Suzana Montenegro na presidência e Conceição de Maria Albuquerque Alves, na vice-presidência. Siga conosco e acompanhe outros fatos, feitos, novidades e afins.