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#UPDATE SBRH: Qualidade da Água e Vulnerabilidade - ciência, clima e sociedade em diálogo

Entrevista exclusiva com Iran Eduardo Lima Neto



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Os eventos climáticos extremos e seus efeitos sobre a quantidade e a qualidade da água estão entre os temas mais urgentes da agenda global. E, também, do XXVI Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos (SBRH). Um dos debates de destaque da programação será a Mesa-Redonda “Qualidade da Água em Cenários de Vulnerabilidade: Impactos dos Eventos Extremos Climáticos e Desafios Sociais”, que reunirá especialistas de diferentes áreas para discutir como ciência, gestão pública e comunidades podem construir soluções conjuntas para um futuro mais resiliente.


O Professor Iran Eduardo Lima Neto, docente do Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental da Universidade Federal do Ceará (UFC), é um dos palestrantes confirmados da mesa. Com ampla experiência em hidrologia aplicada, qualidade da água e modelagem ambiental, ele traz uma visão que une ciência e prática social, com foco em resiliência climática e justiça hídrica.


Água como elo entre ciência, política e sociedade

Com o tema “A Água como Agente de Transformação: Conectando Pessoas, Saberes e Territórios”, o SBRH 2025 propõe um olhar transversal sobre a gestão hídrica. Para Iran, o mote do evento traduz a essência do tema que irá abordar:


“A água não é apenas um recurso físico, mas um elo entre ecossistemas, comunidades e políticas públicas. Ao integrar quantidade e qualidade da água em cenários de vulnerabilidade, conectamos saberes técnicos, experiências locais e decisões sociais, transformando a gestão hídrica em um instrumento de resiliência climática e social.”


Inovação e avanço científico no enfrentamento das crises hídricas

Entre os avanços recentes que impulsionam a gestão de recursos hídricos no Brasil, Iran destaca o papel da tecnologia e da inteligência coletiva. Segundo ele, a combinação entre monitoramento em tempo real, modelagem integrada e soluções baseadas na natureza tem potencial para mudar o panorama da gestão hídrica.

Entre as inovações mais promissoras, ele cita:

  • Redes de sensores e geotecnologias que permitem prever enchentes, secas e transbordamentos;

  • Modelagem integrada de quantidade e qualidade da água, unindo variáveis hidrológicas e ambientais em análises aplicadas a sistemas urbanos e rurais;

  • Soluções baseadas na natureza, como infraestrutura verde e restauração de bacias, que reduzem vulnerabilidades e aumentam a resiliência climática;

  • Uso de dados e inteligência artificial, com algoritmos de aprendizado de máquina que otimizam sistemas de gestão de águas superficiais, subterrâneas e costeiras;

  • Engajamento comunitário e ciência cidadã, fundamentais para uma gestão realmente adaptativa e democrática.


Da pesquisa à ação: políticas públicas e projetos locais

Transformar conhecimento técnico em políticas efetivas ainda é um dos maiores desafios da gestão ambiental brasileira. Iran propõe caminhos práticos para essa transição:


“Precisamos de políticas públicas baseadas em evidências, capazes de traduzir resultados científicos em diretrizes aplicáveis. Além disso, é essencial desenvolver projetos pilotos locais que testem soluções integradas de recursos hídricos, saneamento, infraestrutura verde e gestão de riscos climáticos em áreas vulneráveis.”

O pesquisador também destaca a importância da capacitação de gestores, técnicos e comunidades para o uso de tecnologias e boas práticas, e defende a criação de plataformas de dados abertos que democratizem o acesso à informação hídrica e ambiental.


Lacunas e oportunidades: integrar setores e reduzir desigualdades

Para o professor, ainda há um longo caminho a ser percorrido em termos de governança e inovação. Ele aponta como prioridades:

  • Integração entre setores de água, saneamento, saúde, urbanismo e meio ambiente, que ainda operam de forma fragmentada;

  • Redução das desigualdades regionais, com foco em territórios historicamente vulneráveis;

  • Adoção de tecnologias acessíveis e de baixo custo, voltadas a comunidades rurais e periferias urbanas;

  • Fortalecimento da governança participativa, com maior envolvimento de conselhos de bacias e organizações da sociedade civil.


Esses eixos, segundo Iran, são essenciais para transformar a gestão hídrica em uma ferramenta real de inclusão e desenvolvimento sustentável.


Inclusão, diversidade e sustentabilidade: pilares da ciência da água

O pesquisador vê nas práticas inclusivas e sustentáveis do SBRH uma mudança estrutural no campo da gestão das águas:


“A inclusão e a diversidade permitem integrar saberes acadêmicos, técnicos e comunitários, tornando as soluções mais eficazes. A sustentabilidade garante que essas ações gerem benefícios duradouros — não apenas ambientais, mas também sociais.”

Essa integração, afirma, é o que dá sentido ao conceito de “ciência da água” como um campo colaborativo, transformador e voltado à equidade.


Spoiler da mesa: quando eventos extremos afetam qualidade e quantidade

Iran antecipa um ponto central do debate: o impacto simultâneo dos eventos extremos sobre a quantidade e a qualidade da água.


“Vamos discutir como chuvas intensas e secas prolongadas ampliam as vulnerabilidades sociais e ambientais, e como soluções integradas — combinando tecnologia, gestão e participação comunitária — podem transformar a resiliência de territórios vulneráveis.”
Rumo ao SBRH 2025

O XXVI Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos (SBRH) acontece de 23 a 28 de novembro de 2025, no Pavilhão de Carapina, em Serra (ES). Organizado pela ABRHidro, o evento reunirá milhares de pesquisadores, profissionais, gestores e estudantes para debater os caminhos da ciência e da governança da água sob o tema “A Água como Agente de Transformação: Conectando Pessoas, Saberes e Territórios.”


A Mesa-Redonda “Qualidade da Água em Cenários de Vulnerabilidade: Impactos dos Eventos Extremos Climáticos e Desafios Sociais” será um dos destaques da programação, aproximando ciência, políticas públicas e comunidades em busca de soluções concretas para os desafios da água no Brasil.



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